Quarenta e três esqueletos e mais de cem mil artefatos arqueológicos foram desenterrados durante as escavações realizadas para a construção de um condomínio residencial em São Luís.
O processo, inicialmente destinado a preparar o terreno para a edificação, tomou um rumo inesperado quando a empresa W Lage Arqueologia, liderada pelo arqueólogo Wellington Lage, de Teresina, Piauí, identificou vestígios de uma ocupação humana ancestral.
Entre as descobertas notáveis, destacam-se 43 esqueletos humanos que remontam a diferentes períodos históricos. O professor do Departamento de Oceanografia e Limnologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e arqueólogo, Arkley Marques Bandeira, acredita que esses restos mortais possam proporcionar insights valiosos sobre a história e as práticas culturais das populações que habitaram a região ao longo dos séculos.
Além dos esqueletos, mais de cem mil peças arqueológicas foram meticulosamente catalogadas e retiradas do local, incluindo cerâmicas, artefatos de pedra, materiais líticos (ferramentas de pedra), carvão, ossos e conchas decoradas.
A UFMA, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), está liderando esforços para preservar e estudar essas descobertas. As peças arqueológicas serão armazenadas em instalações apropriadas na Universidade, estando disponíveis para pesquisadores e estudiosos interessados em diversas áreas do conhecimento.
Inicialmente, a UFMA será a instituição responsável pela guarda do material, conforme estipulado pela portaria 196 do IPHAN, que determina que todo material arqueológico permaneça próximo ao local de origem. Em um primeiro momento, a pesquisa será conduzida pela equipe de pesquisadores da Universidade Federal do Piauí, responsável pela escavação e descoberta do material. Posteriormente, a empresa responsável pela construção do condomínio se encarregará de erguer um espaço denominado reserva técnica de arqueologia, garantindo a preservação dos esqueletos na estrutura da Universidade, proporcionando uma valiosa fonte de pesquisa.
A UFMA está estabelecendo uma parceria com a Universidade Federal do Piauí, a Universidade de São Paulo e a Universidade de Barcelona para conduzir um estudo meticuloso desse material, visando proporcionar à comunidade um panorama histórico do modo de vida dos antepassados.
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