Estátua de Iemanjá em São Luís, teve o rosto quebrado. — Foto: Reprodução/Redes Sociais
O rosto da estátua de Iemanjá, um monumento que fica na praia do Olho d'Água, em São Luís, foi alvo de "vandalismo" neste domingo (23). Segundo lideranças religiosas de matrizes africanas, a depredação pode ter sido motivada por intolerância religiosa.
O crime foi divulgado, nas redes sociais, pelo pai de santo Paulo de Aruanda, que também é ativista dos direitos humanos.
"Como não tem uma investigação clara, nós vamos chamar de vandalismo, mas pelo visto, pelo que nós estamos observando aqui, ela tem um caráter deliberado, pois não foi quebrado as mãos, não foi pichada a vestimenta, foi apenas, e tão somente, arrancado o rosto da imagem", lamenta o líder religioso.
A Secretaria de Estado da Igualdade Racial (SEIR-MA) emitiu nesta segunda-feira, 24,uma nota de repúdio contra o ato de intolerância contra as religiões de matriz africana, caracterizada pela destruição da imagem de Iemanjá, localizada no retorno do Olho d’Água, em São Luís, na noite de sábado, 22.
“O ato praticado não é vandalismo. É crime previsto em várias leis do ordenamento do país. Seus autores deverão ser punidos, inclusive para servir de desestímulos a casos semelhantes. O artigo 5º, inciso VI, da Constituição Federal de 1988, assegura que ‘é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias'”, diz o comunicado.
A SEIR-MA informou que vai acompanhar o caso, para que os culpados – autores intelectuais, financiadores e executores – não fiquem na impunidade ou se escondam sob o manto da liberdade de opinião.
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